3.1.1.3– Os seus primeiros estudos

 

Gregor Mendel, "o pai da genética", como é conhecido, foi inspirado tanto pelos professores como pelos colegas do mosteiro que o pressionaram a estudar a variação do aspecto das plantas. Propôs que a existência de características (tais como a cor) das flores é devido à existência de um par de unidades elementares de hereditariedade, agora conhecidas como genes. Mendel escolheu ervilhas como o seu organismo experimental, por ser uma planta anual que podia ser cultivada e cruzada facilmente existindo a possibilidade de se obter uma prole abundante ocupando pouco espaço. Possuía progenitores contrastantes com características bem definidas e muita variabilidade para vários caracteres. Além disso, as ervilhas contém flores perfeitas que contém ambas as partes, femininas e masculinas (produtoras de pólen), e elas são normalmente auto fertilizadas, atingindo a homozigose e pureza por processo natural de propagação.    

    Mendel destacou-se por ter adoptado procedimentos metodológicos científicos e criteriosos. Destacam-se os fatos de ter analisado um carácter por vez; trabalhado com linhas puras; e ter quantificado os dados. Os cruzamentos foram feitos com grande cuidado, quando as ervilhas estavam em flor. Para prevenir a auto fertilização nas "flores-teste", as anteras daquelas flores escolhidas para serem as flores paternais eram removidas antes que as suas estruturas receptoras de pólen estivessem completamente maduras. O pólen do progenitor escolhido era transferido na época apropriada para o estigma da flor designada para ser a geradora da semente. As sementes eram deixadas para amadurecer nas hastes das plantas. No caso de um carácter tal como a cor da semente, a classificação podia ser feita imediatamente; mas para caracteres como o tamanho da planta pudessem ser classificados as sementes tinham que ser plantadas na estação seguinte e esperar que as plantas amadurecessem. Estas experiencias de monobridismo foram realizadas durante várias gerações e retro cruzamentos, ou cruzamentos-teste foram feitos entre híbridos e variedades paternas puras. Mendel estudou 7 características, cada uma com duas manifestações fenotípicas.          

    

Característica

Dominância

Recessividade

Tipo de inflorescência

axilar

terminal

Forma da casca da semente

lisa

rugosa

Cor da ervilha

amarelos

verdes

Cor da casca da semente

cinza

branco

Forma da vagem

normal

sulcada

Cor da vagem

verde

amarela

Altura da planta

alta

baixa

 

 

 As suas descobertas, apesar de muito importantes, permanecem practicamente ignorodas até aos começos do século XX (embora tivessem estado disponíveis nas maiores bibliotecas da Europa e dos Estados Unidos). Sendo publicadas somente no início do séc. XX, muitos anos depois de mendel morrer, foram "redescobertas" por um grupo de cientistas: K. Correns, E. Tschermak e H. de Vries. A sua teoria foi essencial para as teorias que a procederam, e, ainda hoje, algumas das suas técnicas são utilizadas.